terça-feira, 28 de junho de 2011

Lembrando do Reverendo Miguel Orlando de Freitas

Graça e Paz!
Rev. Miguel Orlando e esposa

Hj à tarde lembrei do meu querido e já na eternidade pastor Miguel Orlando de Freitas. O conheci nos idos de 1988/89, quando veio pastorear a Igreja Presbiteriana de São José dos Campos, ou como chamamos aqui, Presbiteriana Central.
Era uma época de cisão. Momento doloroso e difícil para a Igreja pois o então pastor Joel deixara de ser pastor daquela igreja de forma conturbada.
Para colocar ordem e acalmar os ânimos, veio para seu lugar o Reverendo Miguel Orlando. Homem alto, muito alto a meu ver pois sou baixinha, tinha um jeitão severo, daqueles homens antigos, cheios de tradição e que colocavam "ordem na bagunça". Eu era então da Mocidade, grupo q. na época apoiava o pastor Joel e estava muito triste com sua saída. Muitos dos meus jovens irmãos foram para outras igrejas e eu e alguns "gatos pingados" ficamos lá, mas , de vez em quando dava minha fugidinha para visitar com mais frequencia outras igrejas.
O pastor Miguel Orlando não gostava disso. Com seu jeitão não temia repreender quem estivesse errado e muitas vezes chamou a atenção dos jovens que estavam na galeria da igreja pedindo silêncio. O pastor era realmente chato! Cobrava, chamava atenção mas aos poucos eu fui conhecendo um homem extraordinário.
Um pastor à moda antiga daqueles q. visitam o membro quando este não vai ao culto, quando está doente, quando nota que a ovelha não está feliz.
Eu morava num apartamento pequeno e quando aquele homem imenso vinha na minha casa, sempre de terno, parecia que ele não ia caber na sala (rs). Ele não tomava café, mas não deixava passar um chá e ficava pelo menos uma hora conversando conosco. Foi me conquistando e minha mãe adorava quando ele aparecia de surpresa. Mal ele sabia que era um corre corre quando o avistavamos para dar um jeitinho na casa...
Bem, aquele pastor foi me conquistando e quando alguém dizia q. ele era muito duro, chato, eu até opinava o contrário, pois ele era admirável com sua voz forte, grave mas seu jeito amoroso.
Um dia meu pai teve um AVC ou princípio deste, não lembro pois fiquei aturdida quando me ligaram no trabalho dizendo que meu pai estava no hospital. Corri para casa, pegar umas coisas e mal consegui abrir a porta do apartamento. Chorava muito pelo caminho, e ao chegar no hospital, a situação era séria. Uma equipe estava cuidando dele,mas não davam esperanças dele sair de lá vivo, e caso saísse, teria sequelas...imediatamente, no corredor daquele andar eu me ajoelhei e clamei ao Senhor, clamei sem vergonha de chorar aos pés dEle, sem medo de implorar ao meu Jesus por sua clemência. Eu estava sozinha mesmo com pessoas passando perto, mesmo com médicos, mesmo com enfermeiras, só Jesus poderia reverter aquela situação.
Foi então que chegou o grande em todos os sentidos o Reverendo Miguel Orlando. Ah, eu já havia orado, chorado mas ninguém tinha aparecido. Naquela época não havia celular para uma comunicação rápida e nem lembro como foi que o pastor soube, acho q. liguei antes de ir ao hospital.
Lembro então que naquele corredor meio lúgubre, veio ele com seu andar calmo em minha direção, estendeu seus braços e disse: minha filha. (sempre q. lembro disso me emociono) Chorei molhando o paletó dele e comentei e ele disse que aquilo não importava. Então, como um bom pastor, ele me consolou, tirou o lenço, enxugou minhas lágrimas e oramos. Ao final da oração ele afirmou que meu pai ficaria bom e perguntou se eu acreditava naquilo. Sim, eu disse.
No dia seguinte, ao final do dia, os médicos disseram que meu pai estava fora de perigo.
No outro dia, ele não estava mais na UTI, queria comer comida de verdade, já estava teimando em sair da cama.
Meu pai saiu do hospital, sem sequelas, voltou a trabalhar e eu vi o poder de Deus, ali, enquanto orava no corredor daquele hospital e vi o amor de um pastor por sua ovelha, nos braços do Reverendo Miguel Orlando.

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